[Resenhas] O Casamento de Rachel
Se você for ao cinema esperando um filme de Jonathan Demme no estilo de outros megassucessos seus, como “Filadélfia” ou “O Silêncio dos Inocentes”, esqueça. E se você assistiu a “Feliz Natal“, de Selton Mello, será inevitável uma analogia ao filme brasileiro quando assistir a este excelente “O Casamento de Rachel”. Mas calma: se você detestou o filme sobre a lavagem de roupa suja em um natal brasileiro, não deixe de ver a lavagem de roupa suja do filme de Demme, pois “O Casamento de Rachel” é bem mais que isso. E bem mais clara e leve, embora não menos profunda.
Demme nos devia um grande filme, pois os dois supracitados são do início da década de 90 (1991 e 1993), respectivamente. E fez um filme que une todo tipo de cultura, preconceitos e não-preconceitos, onde a protagonista (que não é a Rachel do título) sente na pele que a palavra “recuperação” não necessariamente apaga todos os erros do passado. A câmera muitas vezes é trêmula, mas isso é justificado logo de cara, e o elenco é irregular, mas no conjunto é extremamente eficiente.
Premiada em várias das difíceis disputas de melhor atriz do ano, Anne Hathaway está soberba, e se tivesse levado o Oscar que Kate Winslet merecidamente recebeu por “O Leitor“, não seria nada injusto. Uma atuação impressionante.
Mesmo aparecendo em pouquíssimas cenas, a sumida Debra Winger magnetiza. Talvez seja apenas a mim, fã da atriz desde a década de 80, e que sentia há muito tempo sua falta nas telonas: o choque de revê-la agora na maturidade foi inevitável. Não dá para desgrudar os olhos dela no pouco tempo em que está em cena: Hollywood precisa dar a esta grande atriz um grande papel as soon as possible, como eles dizem.
De resto, é um grande filme: um dos casamentos mais interessantes que já vi no cinema em todos os tempos, um show de Hattaway, inclusive duelando com a também ótima Rosemarie DeWitt, a Rachel do título. Menção também para a atuação de Bill Irwin e para uma trilha que se destaca de tal forma que é melhor nem explicar: tem até ritmos pra lá de brasileiros no filme. Não perca.
Tommy Beresford
O casamento é interessantíssimo mesmo, incrível a forma como o diretor Jonathan Demme tratou desse tema. E, claro, a atuação da Anne Hathaway é espetacular!
Não vi muita novidade no assunto, já tratado de diversas formas em outras produções do gênero. Achei o tratamento cinematográfico um tanto confuso, com câmeras de mão tremulando em todo o percurso. Anne Hathaway está bem e aceitou o desafio de ficar feia num personagem difícil e sofrido. Vale pela atuação dos atores.
Atuação soberba de todo o elenco com destaque para DeWitt e Winger (também gosto muito dela), além de Hattaway, é claro. Demme dá um espetáculo na direção e o todo “confuso” das relações mal explicadas encantam quem curte uma história quase “real”. Um filme difícil, duro, mas muito bom.
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