[Resenhas] Shrek Para Sempre
Ao sair da sessão de “Shrek Para Sempre” depois de aplausos gerais — de adultos e crianças — ao final do filme, me permitam começar esta resenha repetindo as mesmas palavras/perguntas com as quais comecei a recente resenha de “Toy Story 3“…
“Para que serve a crítica ?
Para que servem os críticos profissionais se entram num cinema, que deveria ser um templo para eles, deixando na calçada seu sentimento, sua vontade de gostar, viajar e de se emocionar por um filme ? Para que serve um crítico que quase que tenta impedir alguém de ir ao cinema para um entretenimento não somente bem feito mas que faz rir e traz emoção aos corações e mareja os olhos de quem assiste ?”
Finda esta repetição (ocasionada por causa de alguns textos infelizes que li depois de ter assistido ao quarto filme da saga do grande ogro verde), resta recomendar o filme que, se não chega a ser uma obra-prima, é ótimo, valendo totalmente a pena enfrentar as filas que certamente o tornarão um dos campeões de bilheteria deste mês de férias.
O mote é bem interessante, simples e (deveria) faz(er) pensar: será que você tem valorizado seu modo de vida atual, mesmo em meio a tantos problemas cotidianos (que muitas vezes você supervaloriza, em detrimento dos momentos de alegria e felicidade) ? Será que você não anda vivendo no mundo do passado, querendo que sua vida tivesse sido diferente, tivesse seguido outro caminho, e com isso ficando cego aos que te cercam, que te querem tão bem (como seus filhos, verdadeiros amigos, gente que você gosta e gosta tanto de você) só porque o cansaço te derruba e você prefere ser vencido por ele ? Será que ao invés de ficar preso a um passado, recente ou distante, que não voltará, não é melhor valorizar e lutar por seu presente com unhas e dentes para que seja mais interessante, mais leve, mais divertido, mais bem vivido ? Será que você não está deixando de dar a devida e real atenção a você mesmo e aos mais próximos (os quais você nem percebem que precisam de você, querem você, amam você) por causa de sua cabeça pequeninamente presa a momentos que não vão voltar ou a um destino que você definitivamente não vai mais viver ou, pior, nunca viveu ?
Pois “Shrek Para Sempre” tem tudo isso com bom humor e sem ser chato, prendendo a atenção de crianças e adultos num filme com mais ação que os anteriores. Tal como o supracitado “Toy Story 3”, talvez seja o mais sombrio da franquia, mas pura e simplesmente por ter boa parte de suas cenas vividas no período noturno ou em lugares muito fechados. Os efeitos de 3D valorizam o filme e Fiona é o grande destaque do “elenco”. Entre os “coadjuvantes”, o Burro mais uma vez rouba as cenas.
Bom divertimento e não deixe de sair do cinema abraçando de verdade os que te cercam e agradecendo a Deus por, sim, poder ser grato ao passado mas principalmente por ter a capacidade de rever constantemente sua vida presente e renovar seus passos para o futuro, sempre de agora para o infinito indecifrável.
Tommy Beresford