[Resenhas] As Sessões

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Considerando apenas o “cinema sério” (mil aspas nisso), a cena de sexo mais bonita a que assisti até o momento desta resenha [fevereiro de 2013] está no filme “Amargo Regresso”. Na época do lançamento eu ainda era uma criança, só assisti ao filme muitos anos depois, na década de 80. Nos dias de hoje, talvez não cause qualquer efeito em muitos; não é, porém, o ato em si, mas sim tudo que envolve a situação. Jon Voight e Jane Fonda foram os protagonistas, e na época levaram o Oscar de Melhor Ator e de Melhor Atriz (fato raro, aliás, dois protagonistas oscarizados em um mesmo ano pelo mesmo filme).

Todo este prólogo é porque lembrei de “Amargo Regresso” quando assisti a “As Sessões“. Inevitável lembrar também do recente e levíssimo “Intocáveis”, além dos mais pesados “Mar Adentro” e “O Escafandro e a Borboleta“, todos filmes excelentes mas completamente diferentes.

“As Sessões” tem um bom humor que não o torna um filme alegre, mas ainda assim não é um filme pesado. A história é simples, não há grandes aparatos cinematográficos, poucas ambientações, poucos atores. Mas o que deveria talvez apenas me fazer gostar e sorrir me provocou uma avalanche de lágrimas do início ao fim da exibição.

Helen Hunt foi muito corajosa ao aceitar o papel. Vencedora do Oscar por “Melhor É Impossível”, seu papel em “As Sessões” não chega a ser protagonista. Mas ela se entrega (literalmente) de corpo e alma ao papel, e acabou recebendo uma bela indicação ao prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante do Oscar 2012/2013. É uma atriz de talento que não pode ficar muito tempo fora das telas.

Mas este é o ano das grandes interpretações masculinas. Todas as 10 indicações do ano, entre coadjuvantes e protagonistas, são merecedoras de prêmios, e muitas outras interpretações excelentes ficaram de fora. Certamente, a de John Hawkes em “As Sessões” é uma delas. Comovente sem pieguices, preciso na dose de humor, o ator dribla algumas fragilidades do roteiro e a obviedade da direção e brilha intensamente.

De resto, levem seus lenços. Não tem a dramaticidade tristíssima de “Amor”, sem dúvida o filme mais tocante da atual safra, mas certamente vai te emocionar.

Tommy Beresford

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~ por Tommy Beresford em fevereiro, 21 2013.

Uma resposta to “[Resenhas] As Sessões”

  1. Realmente Tommy, um filme tocante… Para quem, como eu, não gosta nem costuma chorar em filmes, é um desafio… Fiquei com os olhos cheios d´água no final…

    Hunt e Hawkes realmente muito bons. Mas adorei ver Macy num papel tão complicado: um padre que incentiva o sexo! (risos)

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