[Resenhas] A Invenção de Hugo Cabret
Foram 11 indicações ao Oscar 2012/2012 para “A Invenção de Hugo Cabret”, de Martin Scorsese, todas merecidas, mas o filme não é favorito às principais estatuetas: para os americanos, o também excelente “O Artista” é o filme do ano e deve levar o prêmio principal, entre outros. Assisti aos dois, e embora tenha gostado muito do filme dirigido por Michel Hazanavicius, achei que Scorsese fez uma homenagem ainda mais contundente ao cinema: gostei mais de “Hugo” (título original).
Logo na primeira cena o cineasta conquista o espectador: Hugo (talvez o alter-ego de Scorsese, pequeno protagonista vivido com emoção por Asa Butterfield), que vive “dentro de um relógio” da Gare du Nord, a majestosa estação de trem da Paris dos anos 1930, observa o burburinho da estação de dentro do relógio menor e em seguida observa a apaixonante Paris do relógio maior.
Para não estragar as surpresas do filme, vale apenas dizer que Ben Kingsley rouba o filme com seu importante personagem que, no final das contas, faz o título em português se mostrar totalmente tolo e é o verdadeiro protagonista do longa. Mas todo o elenco se destaca, incluindo Sacha Baron Cohen (sim, ele mesmo, de “Borat”) e a talentosa Chloë Grace Moretz. O roteiro de John Logan, a fotografia de Robert Richardson, tudo brilha em “A Invenção de Hugo Cabret”, baseado no livro de mesmo nome, escrito por Brian Selznick.
Não importa se o filme de Scorsese leve o Oscar apenas em categorias técnicas: recomendo, para cinéfilos ou não, e há cópias em 3D que merecem ser assistidas. Emocione-se.
Tommy Beresford