[Resenhas] Super 8
Um filme com crianças como protagonistas, efeitos especiais e cenas que dão susto… parece uma fórmula já batida: quantos filmes deste tipo você já viu em sua vida ? Com crianças e um extraterrestre então… bem, “ET” é um clássico, do mesmo Spielberg que produz este ótimo “Super 8“, dirigido com competência por J. J. Abrahams.
J. J. Abrams é mesmo o primeiro destaque do filme: o diretor evita cair nas armadilhas da obviedade, do susto fácil e do saudosismo de filmes de 3, 4 décadas atrás (o tempo passa rápido, tão rápido…) e transforma “Super 8” — que de fato é passado no final dos anos 70 — numa produção que declara seu amor ao bom cinema: mesmo com tantos efeitos especiais mirabolantes e inacreditáveis, o resultado é um filme que estimula a curiosidade do espectador do começo ao fim. E vale lembrar que tanto Spielberg quanto Abrams — que com oito anos de idade já fazia seus filmes caseiros — começaram filmando em Super 8 e similares.
Com tantas crianças no elenco, é bom deixar claro que não é um filme para crianças. Os adolescentes, porém, vão adorar. E os protagonistas foram muito bem escolhidos: o maior destaque é mesmo Elle Fanning, a irmã tão ou mais talentosa de Dakota, agora uma teenager pra ninguém botar defeito — lembro e confesso que eu já vaticinava o talento da lourinha em minha resenha de “Traídos Pelo Destino”, de 2008 (clique aqui para ler) e “O Curioso Caso de Benjamin Button”, de 2009 (clique aqui).
Mas os demais, quase todos iniciantes, são ótimos, como Joel Courtney (carismático como o tímido Joe Lamb), Riley Griffiths (o “cineasta” Charles) e, em especial, Ryan Lee (que faz o incendiário Cary). Atenção também para a pequena participação do agora “esticado” Zach Mills (de “A Loja Mágica de Brinquedos”)
Além de ET, claro que os saudosistas vão lembrar de “Conta Comigo” (1986, de Rob Reiner), talvez “Contatos Imediatos de Terceiro Grau” (1977, do próprio Spielberg) e até de “Os Goonies” (1985, de Richard Donner)… exageros à parte, é um certo clima de “Tubarão”, também de Spielberg, que sentimos aqui e ali. Entre o jeito mambembe dos futuros cineastas e o “assustador vilão” da história, certo mesmo é que é uma ótima aventura de ficção científica, uma fábula sobre diferenças e uma homenagem ao próprio cinema. Longe de ser uma obra-prima, acabou surpreendendo como um dos ótimos filmes de 2011.
Mais importante que tudo: não perca, nos créditos, o curta produzido pelos personagens, tão bom quanto o filme inteiro.
Tommy Beresford
Eu gostei muito desse filme quando vi no cinema, espero que ele não demore muito para entrar na programação da Cinemax para eu poder ver com a família completa!