[Resenhas] (500) Dias Com Ela

Simples, simples, simples. Um filme bastante simples, bem feito, com bons e igualmente simples diálogos, ótimas interpretações. A fórmula de “(500) Dias Com Ela” é justamente não ter uma fórmula convencional, mas também não ficar buscando desesperadamente um caminho de ineditismo e novidades, ainda que “assuste” alguns com o texto que aparece na abertura, algo como “O filme a seguir é uma história de ficção. Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é merca coincidência. Especialmente você, Jenny Beckman. Sua vaca !”…

Mas apesar desta declaração, o filme é leve, leve sem ser vazio, e consegue tornar o espectador um cúmplice da história, na torcida por seus peronagens, mesmo quando descobre que o final pode não ser aquele dos contos de fada. O grande trunfo do filme, além do roteiro, é a interpretação sincera e sem exageros de Joseph Gordon-Levitt, que vive Tom Hansen, empregado de uma empresa de “criação de cartões comemorativos” onde acaba conhecendo a “Summer” do título original. Deliciosa a “cena de dança no parque” de Tom, com direito a animação (em todos os sentidos), que aliás é ingrediente do filme em vários momentos.

Depois de uma interpretação impressionantemente fraca no igualmente fraco “Fim dos Tempos“, Zooey Deschanel se redimiu em “Sim Senhor” e, finalmente, conseguiu uma interpretação mais que convincente em “(500) Dias Com Ela”, com olhos bem mais abertos que seu tradicional “olhar de Kirsten Dunst com frio”. Zooey está ótima como “a que não acredita no amor”.

Destaques também para a edição, a trilha sonora (com direito a Tom cantando “Here comes your man”, do Pixies, e intervenções com a baba “She´s like the wind”, em versão original de Patrick Swayze) e a direção segura de Marc Webb. Recomendo, ainda que não ache (ao contrário de muitos) que tenha sido injustiça sua não-indicação ao Oscar de Melhor Filme: o filme é sob medida para ser adorado, mas não para ser “idolatrado para todo o sempre” como vencedor do principal prêmio do cinema (ainda que pudesse ter sido indicado, com justiça, em outras categorias).

~ por Tommy Beresford em fevereiro, 10 2010.

5 Respostas to “[Resenhas] (500) Dias Com Ela”

  1. Eu acho sim que foi injustiçado pelo Oscar. Ele tem algumas coisas que mereciam ser indicadas como o próprio ator principal assim como montagem e direção. E Melhor Filme também, ele é bem superior a Um sonho Possível ou Amor Sem Escalas. Ele é original e merece ter reconhecimento. Pena que sua distribuição foi completamente pífia aqui no Brasil e não deram a devida importância!

  2. Foi o filme mais esnobado do ano, quando o assunto é Oscar. Um absurdo, porque o filme é simplesmente uma delícia. Pra mim, a melhor comédia (não)romântica dos últimos tempos!

  3. Melhor comédia (nao)romântica desde annie hall xD

  4. Apesar da montagem (original) aleatória, sem nó nas pontas, o ritmo não perde o frescor e nos leva curiosamente a torcer para que não haja um final feliz e bobocas. Fica apenas a sensação de que a estória se repetirá caso o romantico mocinho não acorde para a dura realidade das relações atuais. Muito bom.

  5. É um filme sem igual, merece sim um oscar, pela interpretação do Joseph e pelo roteiro e, talvez, pela fotografia, pois conseguiram dá uma ar de época a uma historia conteporânea. Mas o filme me deixou muito triste, pois sou um romântico inveterado. Aqueles olhos tristes do Tom quando ela diz … no final do filme … é de matar, cortou meu coração, não sei se eu aguentaria, como diz no filme: nós somos condicionados a acreditar no amor, desde pequenos somos contaminados pelo vírus do romantismo, em filmes, músicas, histórias, etc… escolheram até a cor do nosso sangue para representar o amor, é inevitável fugir, é a melhor e a pior coisa da vida. Aplaudo de pé esse filme maravilhoso.

Deixe um comentário