[Resenhas] Faroeste Caboclo
Os fãs de Renato Russo que ficaram decepcionados com “Somos Tão Jovens” (não eu, que gostei bastante) têm nova chance com a estreia de “Faroeste Caboclo”… que é um grande filme: saí muito bem impressionado. Não bastasse a história que, com algumas “licenças poéticas”, remete de fato e de direito à clássica canção do grupo Legião Urbana, são excelentes direção, fotografia e trilha incidental, tudo bem executado em cima de um roteiro bem estruturado.
O elenco é primoroso. Com preparação de Sergio Penna, Isis Valverde, Felipe Abib e, principalmente, o excelente Fabrício Boliveira emocionam. Isis faz uma Maria Lucia sem excessos, um dos melhores papéis da atriz, e suas cenas íntimas com Santo Cristo (Fabrício, brilhante em todas as cenas) são muito bem feitas e envolvem o espectador. O Jeremias de Felipe Abib é um “vilão” na medida certa. Entre os coadjuvantes, Antonio Calloni está perfeito, mas merece também citação a pequena participação do já saudoso Marcos Paulo, em sua última participação nos cinemas.
A canção tema (que, para sua curiosidade, foi composta em 1979 mas lançada apenas em 1987 e tem cerca de nove minutos de duração e 168 versos) está toda lá, durante todo o longa (apesar do diretor René Sampaio ter omitido algumas partes e alterado outras), e também, em sua versão musical, original e inesquecível, no tempo exato dos créditos finais. O diretor investe no romance entre Maria Lucia e Santo Cristo (e, ao contrário da canção, opta por mostrar a protagonista desde os primeiros minutos do filme), mas não deixa de lado o lado sombrio da trama, o ponto alto desta excelente produção. Recomendo.
Tommy Beresford
Cinema é Magia 