[Resenhas] Bobby
Acabei de vir do cinema, onde assisti a “Bobby”, dirigido por Emilio Estevez, que também faz uma ponta.
Aliás, é um filme de pontas, bem ao estilo do mestre Robert Altman, só que sem o brilho de Altman. Ainda assim, o resultado é excelente, e quem sabe Emilio não segue o caminho do mestre ? Eu torceria.
Vale a pena ver o filme. O elenco é estelar, dificil citar todos. Há muitas ótimas interpretações, que funcionam muito bem em geral em duplas afinadas: delicioso ver Harry Belafonte dando show com Anthony Hopkins, e mesmo os beem mais jovens Lindsay Lohan e Elijah Wood estão excelentes, tal como William H. Macy e Christian Slater, Freddy Rodríguez e Jacob Vargas, os hilários Brian Geraghty e Shia LaBeouf, além de Martin Sheen e (a envelhecida – o tempo passa ! – mas sempre linda e talentosa) Helen Hunt, e mais, e mais…
Mas não posso deixar de destacar quatro deles: dão show.
1. Demi Moore arrasa todos os quarteirões no recorrente (não para ela) papel da artista de renome que está começando a percorrer a descendente da curva do sucesso, acompanhada o tempo inteiro do álcool, perucas e suas próprias desilusões. Rouba a cena.
2. Tive a certeza, nos créditos, que boa parte do público nem havia reconhecido uma nada glamurosa Sharon Stone como uma cabelereira que descobre, em meio aos problemas alheios, que também tem os seus.
3. Lawrence Fishburne aparece bem pouco, mas o suficiente para mostrar, mais uma vez, porque é um dos melhores atores do cinema americano. Ele é impressionante.
4. Ao mesmo tempo que sempre tenho a impressão que posso estar falando cedo demais, mas juro que tenho vontade de rezar todos os dias 3 Ave Marias para que esse menino não desvirtue de seu caminho rumo a uma merecida consagração – mediante boas escolhas de papéis – num futuro não tão distante: Ashton Kutcher é outro que fica pouco em cena, mas constrói com (hilária) perfeição o melhor chapadão dos últimos tempos. E olha que ele é apenas o escada para a (ainda mais hilária) dupla … supracitada. Arrasador (detalhe: apesar de todo o grande elenco uma hora ou outra acabar se misturando, Kutcher e a esposa Moore não contracenam no filme em nenhum momento).
É bom citar que apesar do título, Robert Kennedy é apenas pano de fundo para o emaranhado de personagens interessantes do filme. Mas o filme cumpre de forma muito bem construída (e emocionante, com ótima trilha sonora e um final de tirar o fôlego) o papel de nos rementer mais uma vez à eterna questão…
“Que caminhos teria seguido a América se…”.
Nunca saberemos.
Excelente resenha, Tommy. Assisti ontem ao filme, e concordo com tudo que disseste e destacaste. Laurence Fishburne é impactante no pouco que faz no filme, assim como Ashton Kutcher faz uma ponta brilhante. A nostalgia da época (que não vivi) é muito bem construída através das imagens de arquivo e da trilha sonora.
Bjs!