[Resenhas] A Troca
“Penso em minha filha cada dia de minha vida” é a tradução aproximada da fala de um dos personagens que contracenam com a personagem de Angelina Jolie em “A Troca”, e traduz com precisão todo o sofrimento da protagonista em busca de seu filho. O que poderia ser um dramalhão pesado tem tratamento delicado nas mãos do diretor Clint Eastwood.
Isso não significa que assistir ao filme (em especial a primeira meia hora) seja fácil para os espectadores que, como eu, têm filho pequeno e que, numa sensação que realmente não dá para explicar, entendem, como um nó apertando no peito, toda a angústia pela qual passa aquela mãe. E não é só isso: não bastasse todo o horror da perda e a imensidão da saudade, Christine Collins é desacreditada, como se fora incapaz de reconhecer seu próprio filho algumas semanas depois da perda.
Depois o filme fluiu melhor mas não perde em densidade nem tensão, como deve ser: baseado numa história real da preconceituosa e corrupta Los Angeles da década de 20, Clint Eastwood faz uma abordagem precisa e cria um de seus melhores filmes.
O elenco ajuda: quem tem John Malkovich no set de filmagens tem tudo. Mas todo o elenco de apoio ajuda: para citar apenas um, Jason Butler Harner pode parecer caricato para alguns mas representa a “normalidade monstruosa” de quem acha normal tripudiar da vida humana. Destaque para Jeffrey Donovan, policial que massacra Christine sem piedade tentando convencê-la do contrário que o coração de mãe tem certeza.
Claro que o destaque é a protagonista. Angelina Jolie, candidata ao Globo de Ouro pelo papel, está admirável: a dor da mãe poderia ter gerado uma interpretação histérica mas Jolie opta pela contenção, explodindo apenas quando de fato não há mais como conter a indignação. Emoção à flor da pele, Jolie criou, com a ajuda de um talentoso diretor como Eastwood, um de seus melhores papéis. Prepare seu lenço e não perca.
Tommy Beresford
“A Troca” é o melhor filme de Clint Eastwood desde a “As Pontes de Madisson”. Um filme denso e com ótimo roteiro. Baseado em fatos reais, o filme nos transporta a uma Los Angeles dos anos 20 onde os direitos básicos ainda eram tímidos ante a arrogância policial. Angelina Jolie dá vida a um personagem bastante sofrido e sofremos juntos a sua triste estória.
Adorei o filme. Até que enfim vi um personagem em Angelina Jolie.
Evanildo Mercês
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Retrospectiva 2009: Parte 2 « Sociedade Brasileira de Blogueiros Cinéfilos said this on novembro, 27 2009 às 5:10 pm |
Excelente filme. Apesar de “heavy”, uma Angelina Jolie muito competente e uma direção das melhores de Eastwood.