[Resenhas] Homens, Mulheres e Filhos

Antes de estrear no circuito mundial, “Homens, Mulheres e Filhos” foi exibido somente no Festival Internacional de Toronto (setembro de 2014) e no Festival do Rio (outubro de 2014). Os cariocas, portanto, tiveram o privilégio de assistir antes da maioria ao novo filme de Jason Reitman, que nos ofereceu filmes como “Obrigado Por Fumar” (2005), “Juno” (2008 ) e “Amor Sem Escalas” (2009). Pode parecer que o tema desta vez é Internet, mas este é apenas o fator que une todos os personagens do filme.

As questões que estão em foco no filme são tão antigas quanto a humanidade: hipocrisia, falta de diálogo, sexo fora do casamento, iniciação sexual e a essas algumas que passaram a ser cada vez mais importantes nos tempos modernos, embora bem antes da internet: exposição de imagem, a vigilância excessiva das crianças e adolescentes pelos pais, a disponibilidade de pornografia… Mas nem por isso o filme é pesado: o diretor costura tudo com leveza, usando e abusando dos elementos agora em moda: pipocam na tela as barras de busca dos navegadores, as caixas de diálogo de mensagens instantâneas, as conversas via redes sociais. Se as discussões são antigas, sua apresentação na telona em 2014 seria impensável 15 anos atrás, e não sabemos como estaremos lidando com sites de relacionamento, torpedos e quetais daqui a mais 15…

O elenco é ótimo. O jovem Ansel Elgort, carismático ao extremo em “A Culpa é das Estrelas“, se dá bem na composição de um apático filho abandonado pela mãe e mergulhado nos videogames. Considerada por alguns críticos como inexpressiva, Jennifer Garner está muito bem como a mãe controladora. Todo o elenco é ótimo, mas é impossível não destacar Adam Sandler, surpreendente em um papel dramático. Um excelente filme: se deixou escapar durante o festival, não perca quando entrar em cartaz no grande circuito.

Tommy Beresford

~ por Tommy Beresford em outubro, 07 2014.