[Resenhas] Tão Forte e Tão Perto
Como de hábito, li as críticas de “Tão Forte e Tão Perto” somente depois de assisti-lo no cinema, para onde fui impulsionado por várias opiniões muito boas a respeito desta produção que concorreu ao Oscar de Melhor Filme na cerimônia em 2012. Uma parte dos críticos não gostou. Já eu achei um filme excelente, muito mais que apenas uma história doce e triste feita em cima dos lamentáveis acontecimentos do 11 de setembro de 2001 em torno do cotidiano de uma criança que sofreu uma perda que jamais superará. É bom deixar claro, de cara, de que o filme dirigido por Stephen Daldry não é sobre o 11 de setembro, mas sobre o cotidiano do menino Oskar após o acontecido. Não há qualquer intenção de analisar, portanto, o terrorismo ou a comoção do país como um todo, mas sim o ponto de vista de um lar especificamente.
Se analisarmos a ainda curta filmografia de Stephen Daldry, hábil diretor de atores, sem dúvida ele já pode ser considerado um grande cineasta, haja vista que seus quatro longas para o cinema até agora receberam diversas indicações aos principais prêmios da indústria. Seu longa de estreia, “Billy Elliot”, de 2000, teve 3 indicações ao Oscar e levou 4 prêmios no British Independent Film Awards, entre dezenas de outras indicações. “As Horas”, de 2002, deu a Nicole Kidman o Oscar de Melhor Atriz, entre 9 indicações. “O Leitor”, de 2008, também levou o Oscar de Melhor Atriz, desta vez para Kate Winslet, entre 5 indicações. Além de concorrer a melhor filme, “Tão Forte e Tão Perto”, de 2011, teve Max von Sidow também indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.
Já o pequeno Thomas Horn não foi indicado ao Oscar mas venceu o prêmio “Critics Choice Award / Best Young Actor/Actress” no Broadcast Film Critics Association Awards deste ano, além de dois outros prêmios no Phoenix Film Critics Society Awards por sua atuação no filme. Recentemente, no Festival de Berlim, onde o filme foi bem recebido, Horn contou que realmente foi a Nova York para conversar com famílias das vítimas, “para me conectar não somente com os fatos em si, mas emocionalmente com o que aconteceu”.
Deu certo. O jovem protagonista, que tinha 14 anos quando o filme ficou pronto, merecia um reconhecimento muito maior por sua interpretação. Mais que Jean Dujardin, vencedor do Oscar deste ano, mais que o também bastante premiado George Clooney, Horn é o ator do ano: sua interpretação do pequeno Oskar é uma das melhores que assisti dentre os filmes de 2011. Faz com delicadeza, sensibilidade e maestria este difícil papel, sobre como lidar com a perda, contracenando com atores consagrados como Tom Hanks, Viola Davis, Sandra Bullock, Max von Sidow, Jeffrey Wright, John Goodman… o menino está espetacular. Todo o elenco supracitado, alguns em curta participação, está ótimo, mas é preciso destacar, além do indicado Max von Sidow, minha adorada Sandra Bullock, que brilha como a mãe do menino, Linda. Ouso dizer que Bullock tem uma das melhores atuações de sua carreira, talvez superando até o trabalho que lhe deu o Oscar, “Um Sonho Possível”…
“Extremely Loud & Incredibly Close” (título original) é uma adaptação às telas do romance de mesmo nome de Jonathan Safran Foer. Ainda não li a obra, mas fiquei com vontade; pelo que li a respeito o livro vai mais além: estabelece um paralelo entre o bombardeio de Dresden na Segunda Guerra Mundial com o atentado às Torres Gêmeas. O filme é mais simples, não toca nesse aspecto, focando apenas no drama do menino. Mas é excelente, a despeito do despeito de alguns críticos. Há quem tenha reclamado até da duração (pouco mais de 120min), mas me espanta que as pessoas hoje pareçam exigir filmes cada vez mais curtos, quando outrora conseguiam assistir longas obras… não entendo.
Não posso deixar de citar a bela trilha sonora do cada vez melhor Alexandre Desplat (de “O Discurso do Rei”, entre outros), e a ótima fotografia de Chris Menges (de “A Missão”, “Terra Fria”, entre tantos outros). Para mim “Tão Forte e Tão Perto” até agora é o melhor filme a que assisti neste início de 2012. Recomendo. E levem os lenços…
Tommy Beresford
Caro Tommy: difícil análise deste filme pra mim…
Comecei assistindo numa tarde modorrenta de muito calor e o sono venceu, por fim, fazendo com o que eu o achasse apenas chato e cheio de pequenos detalhes. Inteligente sim, mas… chato.
Insisti para revê-lo – desta vez bem desperta – só por causa de sua crítica favorável. Aí sim, vi detalhes que não havia percebido anteriormente e ainda o pequeno e interessante relacionamento entre avô e neto, o que me interessava mais que tudo, pois não havia conseguido assistir da primeira vez. E perder Max Von Sidow pra sono é uma bobagem… 😉
Mas, continuo confusa. É um bom filme, talvez um pouco longo – mas de necessário “comprimento” – mas não consigo classificá-lo como “o melhor do ano”, nem sequer “um dos melhores que assisti”. Enfim, gosto e gosto e não se discute. Se lamenta! 😮
Beijo!