[Resenhas] Plano de Fuga

Os críticos implicam com Mel Gibson. Com tão poucos filmes feitos de 2003 pra cá, o que o tornou “incomodante” certamente foi as polêmicas de sua vida pessoal. Seus problemas com bebida, um divórcio complicado com sua ex-esposa e, em especial, denúncias de um comportamento anti-semita, cancelaram sua participação em “Se Beber, Não Case 2”. Seu carisma e talento como ator (ok, tão careteiro quando charmoso em uma época pré-George Clooney) e especialmente diretor, porém, não podem ser contestados, mas o ponto alto de sua carreira parece ter sido vencedor do Oscar de Melhor Filme e Melhor Diretor por Coração Valente em já longínquos 1995.

A estreia de “Plano de Fuga” em 2012, roteirizado, produzido e estrelado por Mel Gibson, traz de volta seu lado ator em grande forma, num personagem que se encaixa bem em seu modo de interpretar. Aos 56 anos, Gibson mostra grande forma num projeto rodado em boa parte na cidade de Veracruz, México, onde ele filmara “Apocalypto” tendo como assistente de direção o agora diretor estreante Adrian Grunberg, argentino radicado no México.

Felizmente, o filme que conta o cotidiano de uma prisão mexicana não caiu no engodo do politicamente correto: nada é correto no filme. Não espere um final surpreendente, mas “Get the Gringo” (título original) — como entretenimento, sem pretensões de “ser eternizado” — é muito bom. Bem humorado sem exageros, com boa fotografia, um roteiro bem traçado e bem desenvolvido na telona e um ótimo elenco de apoio (destaque para Daniel Giménez Cacho e o pequeno Kevin Hernandez), é um bom veículo para a volta de Gibson ao estrelato. Resta saber se ele dará continuidade, com a frequência que seus fãs gostariam, à sua carreira, já com a promessa de um vilão em “Machete Kills”, de Robert Rodriguez, atualmente em pré-produção.

Tommy Beresford

~ por Tommy Beresford em maio, 25 2012.

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