[Resenhas] Tróia
Na noite desta sexta-feira, assisti “Tróia”, de Wolfgang Petersen.
Primeira constatação, óbvia: um filme que tem Peter O’Toole não precisa de mais nada. O veterano O’Toole ilumina cada cena da qual participa, uma em especial – a do diálogo de seu Príamo com o Aquiles de Brad Pitt – mas todas, todas. Brilhante.
Como em quase todo “filme para meninos” (bleargh), as personagens femininas são frágeis e/ou quase coadjuvantes. À parte a beleza da atriz, a Helena de Diane Kruger é etérea, nunca imaginei um Helena mitológica tão sem sal. A atriz que faz a esposa de Heitor (acho que seu nome é Saffron Burrows) é coerente no seu eterno medo da perda do marido guerreador.
Mas é a Rose Byrne, que faz a prima dos príncipes, Briseida, que dá à sua personagem a melhor performance entre as “mocinhas”, agraciada que foi com o papel feminino mais interessante na produção deste clássico épico (e nem é pelas cenas de amor com Brad Pitt não). E não deixa de ser ótimo ver Julie Christie, mesmo em uma única cena, linda nos seus 63 anos.
Interessante pode ser também a palavra para o Páris de Orlando Bloom, correto e intenso sem brilhar. O Aquiles é o que se esperava de um ator como Brad Pitt, cuja beleza sempre foi mais valorizada que o talento real que ele tem. Não, ele não é um Peter O’Toole, mas sempre interpretou seus papéis de forma notável, e dessa vez não foi diferente. Notável também é sua forma física aos 40 anos. Merece menção também o Ulisses de Sean Bean, excelente.
Mas não se deixem enganar: o filme é de Eric Bana. É o ator (que recentemente fez um duvidoso “O Incrível Hulk” e que chegou a ter uma série de TV em 1997) que rouba o filme com um Heitor simples e direto, na intensidade certa. Muito bom.
A direção de Petersen é irregular. Há sequências notáveis, entre batalhas sangrentas e diálogos bem conduzidos, mas há também tomadas grotescas, umas “subidas” de câmera dignas dos filmes mais bisonhos. Exceções, felizmente. E as cenas de batalha, pelo menos ao ver o filme pela primeira vez, são bem feitas. Depois vão aparecer os cinéfilos que vão ver o filme 459 vezes e achar os relógios de pulso…
Fica só uma observação: neste Rio de Janeiro onde tudo é guerra e qualquer coisa pode dar idéias novas aos maus elementos, nem precisava ter passado por aqui… Sangue é o que não falta. Cansa.
O resto é história, literalmente. Não chega a ser um filme maravilhoso, mas é um filme grandioso, um ótimo entretenimento e uma grande pedida para se relembrar que a “Ilíada”, de Homero, “ainda” existe e é uma obra que transpassa os séculos e resiste como mola propulsora não somente de uma boa obra cinematográfica, mas no mínimo de uma ótima – mesmo longa – leitura, coisa que hoje em dia, nesses tempos de internet, é cada vez mais rara de acontecer.
Acho incrível como Orlando Bloom “floresceu” (desculpe o trocadilho), mais que Eric Bana depois deste filme. Eric é um ator. Orlando é um baixinho… (pra mim, é claro).
Bjs!
Malice said this on maio, 04 2008 às 9:29 am |
Concordo das atrizes é Rose Byrne que rouba e cena, ela está excelente como Briseis, além de ser linda é muito talentosa
lucienne said this on outubro, 03 2008 às 12:23 pm |
Gostaria de ver novamente Brad Pitt e Rose Byrne atuando juntos, pois, têm uma química muito forte. Em Troy estão ótimos. Quem sabe agora em Odisséia seria uma opção muito boa.
Lela said this on outubro, 18 2008 às 7:58 pm |
Brad Pitt e Rose Byrne devem voltar a atuar juntos novamente. A química entre os dois é inigualável. Façam um novo firme épico, por favor.
Maria Helena said this on outubro, 20 2008 às 9:26 am |
Brad Pitt e Rose Byrne devem voltar a fazer novo filme o quanto antes, pois, atuam muito bem juntos. Que tal Odisséia, um novo épico?
Maria Helena said this on novembro, 26 2008 às 7:35 pm |