[Resenhas] A Teta Assustada
Acabei de ler (por coincidência pois nem estava procurando) que Magaly Solier, de 23 anos, a protagonista de “A Teta Assustada”, o filme peruano indicado ao Oscar, conheceu o cinema há apenas cinco anos. A cineasta Claudia Llosa a levou pela primeira vez a uma sala de cinema em Lima antes de gravar com ela sua estreia, “Madeinusa” (2005) e, até então, a atriz “não conhecia absolutamente nada do que é a atuação”.
Pois Magaly é o grande destaque de um filme singelo e tocante. Não acho que o vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2009 seja o grande vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro este ano, mas é uma história tão simples e tão bem contada que vale a pena ser vista.
Não se assustem com o título — que se refere ao nome de uma suposta doença que seria transmitida, segundo a crença do interior do Peru, aos filhos através do leite das mulheres vítimas de violência sexual ocorridas no país durante os conflitos políticos e sociais dos anos 60 e 70 — e se emocionem com este filme cheio de metáforas, onde a força da imagem e da música é maior que os diálogos. Um belo exemplar de cinema sul-americano.
Os europeus adoram filmes exóticos, que abordam estórias locais e de forte apelo regional. Este filme peruano, que levou o Urso de Ouro do Festival de Berlin 2009, foi por este caminho. Um tanto rabuscado na forma e conteúdo, ficamos apenas na curiosidade de observar o quanto é diversa a cultura latino americana.