Dependência de verba chinesa altera substancialmente filmes de Hollywood

Quando assisti ao trailer de “Finalmente 18!”, percebi que o título em português (e consequentemente as legendas e dublagens) se relacionava com a maioridade no Brasil, enquanto o título original, “21 and Over”, citava os 21 anos americanos e não os 18 daqui. Mas as alterações vão muito mais além, e não somente neste filme. Uma matéria de Luísa Pécora, do portal iG, em 16.05.2013, conta como a dependência da verba chinesa vem influenciando as produções de Hollywood, a ponto de alterar substancialmente o conteúdo dos filmes que chegam a outros países…

À primeira vista, não há nada de memorável em “Finalmente 18!”, espécie de “Se Beber, Não Case” para adolescentes que estreia nesta sexta-feira [17.05.2013] no Brasil. Mas o longa sobre uma noitada de três universitários representa um marco no que diz respeito à crescente influência da China em Hollywood: a necessidade financeira de agradar ao mercado chinês levou à criação de uma segunda versão do filme, com alterações significativas o suficiente para mudar a história.

Na maior parte do mundo, “Finalmente 18!” conta a história de Jeff Chang (Justin Chin), filho de um imigrante chinês que vive nos Estados Unidos e festeja a maioridade ao lado de dois amigos, garotas e bebidas alcoólicas. Na versão exibida na China, Chang vai aos EUA apenas para um intercâmbio, durante o qual aprende sobre os perigos da juventude. Quando volta para casa, torna-se uma pessoa melhor.

21 and over

A diferença de “mensagem” não é obra da censura do governo chinês, mas dos próprios realizadores de “Finalmente 18!”, que alteraram diálogos e filmaram cenas adicionais após fechar uma parceria com empresas chinesas que pagaram grande parte do orçamento de US$ 13 milhões (R$ 26,4 milhões).

A decisão representa mais um passo em um caminho que parece sem volta em Hollywood: a busca por co-produções chinesas e a inclusão de atores e cenários do país nas histórias, de olho em um público potencial de 1,34 bilhão de espectadores.

Há muitos outros casos em que a entrada de investimento da China impactou o conteúdo que chegou às telas. Por causa da co-produção, as filmagens de “Looper – Assassinos do Futuro ” aconteceram em Xangai, e não Paris – e há mais tomadas da cidade na versão chinesa do que na exibida em outros mercados; “Transformers 4” terá locações no país, além de quatro papéis reservados aos vencedores de um reality show local; e “Homem de Ferro 3” , parcialmente rodado em Pequim, incluiu na fita chinesa uma participação da estrela Fan Bingbing e propaganda para produtos de uma empresa de tecnologia.

Leia o texto completo clicando aqui.

Leia também:

The Price of Foreign Funding: Why “21 And Over” will be a very different film for chinese audiences

~ por Tommy Beresford em maio, 17 2013.

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