Cromaqui e Ali

Fundo para Chroma KeyPequeno e interessante texto sobre técnicas de filmagens de efeitos especiais, de autoria de Mark Fischetti:

Os fãs de cinema sabem que um ator não pode se balançar de um arranha-céu a outro em uma teia como uma aranha, nem conversar com um coelho de desenho animado, mas os artistas de efeitos visuais tornam essas cenas possíveis na tela. A técnica usada é um processo de pintura de fundo com acabamento fosco, comumente chamado de tela ou fundo azul (ou verde) para o cinema, e cromaqui (chroma key) para a televisão.

O processo, criado no final dos anos 30, permaneceu basicamente inalterado por décadas. Um ator era filmado em um palco diante de uma parede ou pano azul ou verde, e então uma cena de fundo diferente era filmada. Os técnicos removiam a cor do fundo com uma máscara, produziam transparências positiva e negativa, sobrepunham manualmente as fitas e as projetavam em um filme virgem – criando assim a cena composta final. Esse exercício de “impressão óptica” era chato e caro, mas eficaz. Depois, outro processo foi desenvolvido para a televisão.

O fundo podia ser de qualquer cor, mas como o vermelho, o verde e o azul correspondem às três camadas de emulsão do filme e aos três canais de cor da câmara de televisão, são mais fáceis de filtrar. Acontece que o vermelho é comum em tons de pele, e mascará-lo poderia complicar o aspecto da pele; assim, essa cor é evitada.

Apenas em meados dos anos 90 é que entrou em cena um processo totalmente computadorizado, pelo qual um programa converte os quadros do filme em arquivos digitais e permite que os artistas os manipulem (ver animação). Os cineastas prontamente abraçaram a técnica por ser mais rápida, barata e refinada. Hoje, a maioria dos filmes é montada digitalmente.

No entanto, os editores ainda precisam supervisionar o procedimento, corrigindo cores e acertando os contornos para que os espectadores não percebam aparições fugazes. “Apesar da tecnologia, o processo ainda é uma forma de arte e exige o toque humano”, reconhece Chris Cookson, diretor chefe de tecnologia da Warner Bros. Entertainment, em Burbank, Califórnia. O sucesso nos grandes estúdios gerou programas mais simples para fãs de vídeo digital e doméstico, como o Final Cut 6 e o Avid Xpress. Os produtos “quase equivalem a um sistema de edição e efeitos especiais de US$ 30 mil, em um pacote de software que sai por US$ 1.200”, garante Walter Graff, diretor e cinegrafista de Nova York. Agora, se um entusiasta dispõe de olho e talento para explorar essas ferramentas como um profissional, já é outra história.

Fonte: Scientific American – Brasil

(A imagem acima, pelo que entendi, é de uma espécie de fundo para Chroma Key portátil…)

~ por Tommy Beresford em março, 18 2008.

Uma resposta to “Cromaqui e Ali”

  1. Existe uma tinta especial para chroma key?

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