Walter Salles: Cinema não é Sabão em Pó
O cinema nacional deposita em Linha de Passe a esperança para afastar a aparente crise que ronda o mercado com a queda cada vez maior de público. O novo filme do diretor Walter Salles e da co-diretora Daniela Thomas estréia na próxima sexta, dia 5 de setembro. Coincidência ou não, Walter Salles é responsável por Central do Brasil, que em 1998 atraiu milhões de pessoas aos cinemas e foi um dos longas que ajudou a consolidar a retomada do cinema brasileiro, de recuperação da produção no país depois de sua quase extinção durante o governo Collor.
Não que a questão do público pareça preocupar Walter. “Para começar, cinema não é sabão em pó”, afirma. “O papel do cinema é gerar uma memória de nós mesmos, um retrato de uma sociedade num dado momento”, diz. E essa função Linha de Passe desempenha com maestria. Trata da história de Cleuza (Sandra Corveloni, ganhadora do prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes deste ano) e seus quatro filhos. Empregada doméstica, grávida, moradora da periferia paulistana, Cleuza só encontra sentido na vida em torcer pelo Corinthians e lutar para ser o fio de afeto que une sua família disfuncional, desprovida da figura paterna. O filme foge da recente opção do cinema brasileiro em abordar a violência e o tráfico. Prefere retratar a angústia de uma jovem geração de brasileiros em busca da vontade de pertencer a algo, apesar da sensação de abandono – do Estado ou da família desagregada. O opressor gigantismo cinza-asfalto de São Paulo e as estupendas atuações filmadas por uma câmera urgente similar a de documentários fazem de Linha de Passe uma das mais poéticas produções desde Central do Brasil (1998).
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Acho que o nome da personagem central do filme ficaria melhor se fosse Waltina ou Daniela mesmo……olha que legal.